O Ministério da Saúde (MINSA) vai realizar, em breve, uma promoção geral dos profissionais do sector, com mais de cinco anos de serviço. A garantia foi dada ontem, em Luanda, pela titular do pelouro.
Sílvia Lutucuta, que procedia a abertura do II Congresso Ordinário do Sindicato dos Enfermeiros de Angola, assegurou que, neste momento, o MINSA, em coordenação com os ministérios da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social e das Finanças está já a trabalhar sobre questões atinentes ao referido processo de promoção no sector da Saúde.
A ministra avançou , também, que o Executivo está fortemente empenhado em assegurar questões de carácter estruturante, que passam pela formação contínua, carreiras profissionais, motivação de quadros e remuneração, no sentido de promover o desenvolvimento dos recursos humanos do país.
“Precisamos de quadros nacionais altamente qualificados. Por esta razão, estamos a trabalhar no Plano Nacional de Formação e num Internato de Enfermagem, para o qual contamos com o Sindicato dos Enfermeiros de Angola, onde serão feitas formações em várias especialidades, entre as quais médicas, cirúrgicas e de saúde pública”, disse Sílvia Lutucuta.
Segundo a ministra, está em parte conclusiva a primeira edição da formação pro-médica na carreira de enfermagem, anestesia e reanimação, cuidados intensivos e outras especialidades, com 168 formandos. A segunda edição, prevista para Setembro próximo, dará início a cursos nas áreas de nefrologia, pediatria, oncologia e parteiras.
Sílvia Lutucuta garantiu que, em termos remuneratórios, foram assegurados o pagamento de duas prestações financeiras aos profissionais de enfermagem.
A governante reconheceu e elogiou a entrega da classe de enfermeiros, pela forma como enfrentam os desafios a que são chamados, o que considera um grande contributo para a construção de uma sociedade solidária.
Maior dignificação.
O actual secretário-geral do Sindicato Nacional dos Enfermeiros de Angola, em função das dificuldades vividas pela classe, defendeu a criação de melhores condições de trabalho a nível do país e dignificação dos profissionais, desde o cumprimento no pagamento dos subsídios de horas extras, de chamada, isolamento, periferia, outros.
Cruz Vieira Matete lamentou o facto de os enfermeiros não serem valorizados quando caem em situação de doença. “Sentimo-nos entristecidos com isso, numa altura em que, no sector, se fala de humanização dos serviços, mas é uma coisa que não vemos para com os técnicos”.
O secretário-geral referiu que, para resolver esse e outros problemas, decorre um processo de negociação com o MINSA, em que se esperam que entre 50 e 60 por cento das preocupações da classe sejam atendidas.
“Temos um caderno reivindicativo que está em processo de negociação. Apesar de haver alguma abertura por parte do Ministério, queremos que, desta vez, haja um diálogo concreto, conclusivo e permanente”, disse o sindicalista.
Cruz Vieira Matete apelou para que os esforços feitos pelos enfermeiros, particularmente nesta época de pandemia, em que dão suas vidas a favor da população, devem continuar, apesar da situação menos boa que a classe vive. “Temos um comprometimento com a Pátria e, isso faz-nos labutar para os nossos utentes e darmos o nosso melhor”.
O II Congresso Ordinário do Sindicato Nacional dos Enfermeiros decorreu sob o lema “Organização e dignidade” e visou aprovar o seu programa de acção para o período 2021/2026, bem como a eleição do novo secretário-geral.
Fonte:JA
